quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Deputados discutem proteção do conteúdo nacional

Enquanto representante de programadores de TV por assinatura diz que argumento serve para proteger empresários brasileiros, coordenador do Coletivo Brasil reafirma importância de marcos regulatórios para assegurar pluralidade e diversidade cultural

13/09

O Projeto de Lei 29/07 de autoria do deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) que permite às empresas de telefonia fixa e móvel produzir e distribuir conteúdo eletrônico foi debatido nesta quinta-feira, 13, em audiência pública na Câmara dos Deputados. Representantes entidades e empresários do setor de radiodifusão temem que, apesar da autorização de exploração do serviço ser para empresas constituídas e sediadas no Brasil com maioria do capital em poder de pessoas residentes no país, a liberação da operação de distribuição e produção de conteúdos por estas empresas possa restringir ainda mais o espaço às produções locais e ou independentes.

Para o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Programadores de TV por Assinatura (ABPTA), Carlos Eduardo de Alkimim, a proteção do conteúdo nacional se traduz como lobby das empresas nacionais que querem assegurar reserva de mercado. Ele criticou as propostas de lei que tramitam no Congresso Nacional sob o argumento que elas tratam apenas de questões mercadológicas sem olhar para a evolução da tecnologia.

Por outro lado, o coordenador do Coletivo Brasil de Comunicação Social - Intervozes, João Brant, reafirmou que qualquer iniciativa deve sempre levar em conta a questão da proteção do conteúdo nacional. Segundo ele, o setor de comunicação precisa de marcos regulatórios que assegurem a pluralidade e diversidade cultural na programação das redes, não apenas tratando das questões econômicas.

De acordo com Brant, o setor de comunicação deve ser pensado de forma que garanta à população acesso à informação isenta, onde os interesses dos grupos econômicos não se sobreponham aos do interesse público. A programação das redes deve levar em conta o interesse público, não apenas a mediação de conflitos privados entre diferentes setores produtivos da área, disse Brant.

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