quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Saiba o que as crianças acessam na internet

Fonte: Agência Estado
Por Cinthia Toledo

São Paulo, 10 (AE) - Além de estarem em maior número na rede, as crianças também passam mais tempo na frente do PC. Em agosto de 2005, os internautas com idade entre 6 e 11 anos passaram 14 horas e 6 minutos na web. No mesmo mês deste ano, o número pulou para 19 horas e 28 minutos, de acordo com dados do Ibope/NetRatings.

Ainda é um tempo muito inferior ao dos adolescentes (47 horas e 6 minutos mensais), mas representa um aumento considerável: 44%. E esse crescimento, ao contrário do que muita gente pensa, não foi "roubado" da televisão. O tempo que os pequenos entre 4 e 11 anos de idade passam na frente da TV inclusive teve um leve aumento entre 2001 e 2006, ainda de acordo com o Ibope. Mas o que será que esses pequeninos ficam fazendo na web?

Depende. O Ibope acredita que quando estão acompanhados de suas mães, eles acessam sites de joguinhos. Mas quando estão sozinhos, acessam praticamente os mesmos serviços que os adolescentes, ou seja, sites de relacionamento, programas de mensagens instantâneas e sites de vídeo e de música. "Os endereços infantis aparecem como os mais acessados por mulheres com idade para ser mãe. Certamente estão acompanhadas de seus filhos", explica José Calazans, analista de mídia do Ibope.

Quando se analisa crianças de 10 a 13 anos, por exemplo, o site mais acessado é um de pesquisa de imagens, seguido por um de enciclopédia online. Sites de downloads e de vídeos também estão no topo da lista. O Ibope não permite a divulgação dos nomes desses sites.

Com um universo um pouco mais diversificado, com crianças de 2 a 13 anos, os sites de jogos alcançam as primeiras posições, mas, de acordo com o Ibope, são jogos com um perfil mais de adolescente. Agora, quando você pergunta para as crianças o que elas mais acessam na web, a resposta é praticamente unânime: sites de jogos. A explicação do Ibope é de que esses sites de joguinhos, ainda que populares, são ofuscados pelos gigantes que povoam o mundo dos adolescentes.

Os endereços citados pelas crianças são variados, mas destacam-se www.miniclip.com, www.nick.com.br e www.cartoonnetwork.com.br. Para cada site, eles têm uma boa justificativa para acessar. A frase de Francisco Lima, de 8 anos, resume bem o motivo de tanto fascínio: "Tem quase um milhão de joguinhos!"

Outro fenômeno entre as crianças é o site americano Club Penguin. É uma espécie de Second Life, mas voltado para crianças. Cada uma escolhe um pingüim que será o seu avatar (personagem). É possível conversar com os demais usuários. Valentina Faria, de 9 anos, é fã do site. "É um mundo e você é o pingüim. Lá, eu já surfei e fiz aula de snowboarding", conta.

O site é programado para que não haja maiores problemas no universo infantil. Já na inscrição, a criança é instruída a respeitar os outros pingüins e a não revelar informações pessoais, nem mesmo dar seu nome verdadeiro ao pingüim. É possível colocar apetrechos no boneco, ou até mesmo decorar o iglu. Mas para isso tem de pagar e, diferentemente do Second Life, não é possível comprar o dinheiro. O game distribui moedas por meio de jogos. Os preços variam entre US$ 5,95 por mês ou US$ 57,95 por doze meses.

Valentina chega a combinar com as amigas da escola de se encontrar no Club Penguin. "Quando eu vejo, elas estão no telefone e no computador, já marcando o encontro", diz Marcella Faria, mãe de Valentina, que ainda tem duas irmãs mais novas que também jogam o game. "Uma vez ela ficou brava porque a irmã menor, que não sabe ler, comprou uma cesta de basquete para o pingüim dela", conta a mãe. Apesar do sucesso entre as meninas, segundo o Ibope, cerca de dois terços do público do game é do sexo masculino.

Entre as outras atividades que os pequenos fazem na web destacam-se as pesquisas escolares. Cerca de 90% dos internautas entre 10 e 13 anos já acessou um site de busca, de acordo com o Ibope. Aqueles um pouco mais velhos contam ainda que fazem o download de músicas e usam o Orkut e o MSN.

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