Extraído do site Mídia Independente (wsww.midiaindepente.com.br)
Finalmente, estamos na véspera da manifestação diante da sede das Organizações Globo em São Paulo. O ato foi anunciado neste blog e em vários outros espaços na internet durante quase um mês. O Movimento dos Sem-Mídia explicou as razões que fundamentam sua existência e seus atos em dezenas e dezenas de textos. Fiz o mesmo em cerca de duas dezenas de entrevistas que concedi a veículos da imprensa "alternativa". Agora, meu amigos, é com vocês que vivem em São Paulo ou nas cercanias. O que precisamos, mais do que retórica, é de atitudes. E comparecer ao ato de protesto diante do veículo de mídia mais questionado do país, é a atitude mais firme que você já teve oportunidade de tomar. Aproveitá-la ou não depende só de você. Eu fiz minha parte.
Quem quiser transformar essa indignação que tantos vivem manifestando em e-mails, blogs e em conversas particulares em atitude real, deve comparecer amanhã (sábado, 10 de novembro) diante da sede da Globo em São Paulo PONTUALMENTE às 10 horas da manhã. O endereço é avenida Chucri Zaidan, nº 46. Essa avenida é continuação da engenheiro Luis Carlos Berrini, depois que cruza a avenida Jornalista Roberto Marinho. A estação Morumbi da CPTM é próxima dali. É perto do bairro do Brooklin, vamos dizer para quem não conhece bem.
Também quero fazer algumas recomendações.
O Movimento dos Sem-Mídia não acredita em violência e em insultos. Achamos que a forma civilizada com que nos portamos na nossa 1ª manifestação é a base da grande repercussão que têm tido nossos atos. Esse é o melhor caminho para mostrarmos à sociedade que não somos um bando de radicais descerebrados e sim cidadãos ponderados, lúcidos, que querem que concessões públicas como a da Globo, por exemplo, sejam usadas de forma democrática, contemplando os interesses de toda sociedade e não só de uma pequena parte dela, da parte que concorda com os detentores da concessão. Assim, faixas levadas à manifestação de amanhã precisarão se ater aos princípios que professamos. Também é importante o respeito absoluto ao patrimônio público, privado e ao direito de ir e vir das outras pessoas.
As autoridades já foram avisadas do ato que faremos. Em algumas horas reproduzirei aqui os documentos que um dos advogados do MSM enviou à Prefeitura, às polícias civil e militar e ao Detran.
Também quero sugerir a quem compartilha dos ideais que impulsionam o Movimento dos Sem-Mídia e, principalmente, a quem já o integra como filiado, em suma, a todos os que não poderão vir à manifestação, que "assinem" virtualmente o Manifesto que será postado aqui no blog a partir dos primeiros minutos da madrugada de amanhã, sábado.
Tenho refletido muito sobre tudo isto. Às vezes me pergunto se não é loucura achar que um grupo de homens e mulheres comuns, de classe média, pessoas que têm que lutar diariamente para conseguirem pagar suas contas no fim do mês, poderão sequer fazer cócegas num império como esse diante do qual faremos a manifestação de amanhã. Os Marinho são bilionários. Trata-se de uma das maiores fortunas do mundo. Gente para nos retaliar no lugar deles, jamais faltará. Não só por receber algum "estímulo" deles, mas até sem "estímulo" nenhum, só para bajular.
Muita gente não crê em ideais. Acha impossível que, num mundo onde todos só pensam em lucrar pessoalmente, alguém possa fazer alguma coisa pensando no benefício de todos e, mais do que nesse conceito intangível, no benefício das gerações futuras. No entanto, a história da humanidade guarda fartura de exemplos de homens e mulheres, muitas vezes de populações inteiras, que lutaram - e, algumas vezes, venceram - movidos só pelo idealismo no qual hoje tão poucos acreditam. Mas se não acreditarmos em ideais, teremos que acreditar que este mundo em que vivemos não tem salvação, pois sem ao menos uma centelha de idealismo, o que predominará será o salve-se quem puder e, aí, sobreviverão só os mais fortes. Mas a lei da selva não interessa a civilizados.
Apesar de eu agora falar em nome de uma organização da sociedade civil, tenho que falar sobre o que, como pessoa humana, fiz até aqui. É como uma prestação de contas daquele que aceitou o encargo de presidir o MSM. Até agora, fiz o que pude. Abri mão de muita coisa pelo Movimento dos Sem-Mídia. Troquei meu emprego fixo por outro como autônomo para ter como me dedicar ao MSM. Tenho usado tempo que deveria dedicar ao meu ganha-pão a fim de organizar tudo isto. Mas não estou me queixando, apenas estou dizendo que, aconteça o que acontecer amanhã, comparecendo gente para me acompanhar ou não, vindo centenas, dúzias ou só mais um, farei o ato.
Não aluguei carro de som. Vamos usar o megafone. O MSM não tem recursos. Não sei quantos efetivamente vão cumprir com a ficha de filiação que me enviaram pela internet. Não sei quantos assinarão de fato o compromisso de me acompanhar nessa luta. Só sei que fiz o que achei que deveria fazer. Eu não podia mais continuar fazendo comentários em blogs, enviando e-mails, reclamando, reclamando sem assumir a minha cota de responsabilidade como cidadão. Estou absolutamente seguro de que fiz tudo que estava ao meu alcance para mobilizar a sociedade. Não temo fracassar. Só temo não tentar. E eu tentei.
Muito obrigado a todos pelo apoio.
URL:: http://edu.guim.blog.uol.com.br/index.html
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
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